terça-feira, 2 de setembro de 2008

O país das mulheres!

As mulheres fazem bonito, e ajudam o Brasil a repetir o seu recorde de medalhas em Olimpíadas


A delegação feminina do Brasil (132 atletas, maior da história) voltou de Pequim com seis medalhas na bagagem, entre elas duas de ouro. Foi o melhor desempenho das mulheres brasileiras na história das Olimpíadas. No total o Brasil conquistou 15 medalhas, mesmo número de Atlanta-1996.

Entres as mulheres os destaques ficaram para Maurren Maggi, e as meninas da seleção Brasileira de vôlei. Aliás, duas histórias emocionantes de superação. As meninas do vôlei, comandadas pelo técnico Zé Roberto passaram quatro anos sofrendo com as críticas, e sendo chamadas de amarelonas após a derrota nas olimpíadas de Athenas-2004. Em Pequim conquistaram a primeira medalha do de ouro olímpica do vôlei feminino.

Maurren teve que cumprir dois anos de suspensão por dopping há cinco anos. Chegou a abandonar a carreira, mas voltou a treinar e dedicou a medalha de ouro, inédita para o Brasil, à filha que nasceu durante o período de suspensão. Outras medalhas inéditas para as mulheres, foram os bronzes conquistados por Ketleyn Quadros no Judô, Natália Falavigna no Taekwondo e Fernanda Oliveira e Isabel Swan na Vela.

A única prata conquistada pelas mulheres foi doída, veio com as meninas do futebol. Mesmo derrotando de goleada na semifinal as alemãs, atuais campeãs mundiais, e jogando muito melhor a final contra as americanas, a seleção feminina deixou escapar o ouro na prorrogação.

A equipe feminina de ginástica artística, apesar do oitavo lugar, também atingiu a inédita marca chegar pela primeira vez a uma final olímpica. Fabiana Murer, que era esperança de medalha, foi prejudicada pelo sumiço de uma de suas vara e acabou perdendo a concentração. Mas nem tudo deu certo para as mulheres, quem decepcionou foi o basquete feminino, fez sua pior participação na história.

Entre os homens o destaque foi César Cielo. Além de conquistar o bronze nos 100m livre, o nadador também trouxe na bagagem um ouro, medalha inédita para a natação nacional. As duas modalidades que mais deram medalhas para o Brasil na história das Olimpíadas, não decepcionaram. No Judô, Thiago Camilo e Leandro Guilheiro conquistaram medalhas de bronze (15 medalhas em Olimpíadas). Na vela, Robert Sheidt e Bruno Prada conquistaram a prata (16 medalhas em olimpíadas).

As maiores decepções também ficaram para os homens, no futebol a lavada sofrida para os argentinos, 3 a 0 na semifinal, não poderia ser imaginada nem mesmo pelos hermanos. Na ginástica, Diego Hipolyto chegou a final como favorito mas caiu ao executar a séria que lhe garantiria o ouro. No vôlei masculinos o time de Bernardinho, sentiu como poucas vezes o gosto amargo da derrota, perdeu mais uma final para seleção dos Estados Unidos e ficou com a prata.

No vôlei de praia masculino, os favoritos ao ouro Ricardo e Emanuel conquistaram o bronze. Eles haviam sido derrotados na semifinal pela outra dupla brasileira formada por Márcio e Fábio Luiz, que perderam na final para os Estados Unidos. No feminino, Renata e Talita disputaram o bronze, mas foram derrotadas pelas chinesas Xue e Zhang Xi. A outra dupla brasileira, formada às pressas por Ana Paula e Larissa, foi eliminada no meio do caminho pelas campeãs Walsh e May.

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, considerou a participação brasileira em Pequim, como a melhor da história do país no evento.

- Se considerarmos os critérios do COI (Comitê Olímpico Internacional), que dá pontos ao número de finais atingidas, o Brasil teve um desempenho muito bom em Pequim. Conseguimos diversos marcos, como a participação feminina, que foi extraordinária, ao contrário das últimas edições, quando nossas atletas, salvo exceções, tiveram atuações apagadas. Além disso, o Brasil esteve presente em 38 finais olímpicas e conquistou três ouros inéditos.

Apesar da declaração do presidente do COB, fica clara a falta de investimento no esporte por parte do governo e das organizações privadas, além do descaso das confederações. Ontem o campeão olímpico César Cielo declarou a órgãos de imprensa que ainda não recebeu nenhum prêmio em dinheiro desde que chegou ao país. Segundo o nadador, as competições são pagas com dinheiro do próprio bolso com a ajuda do pai, só nesta temporada já foram gasto US$2.500 (cerca de 4 mil reias).

Este é um exemplo que se repete com atletas de diversas modalidades que não tem o mesmo apelo da natação no país.
Obs.: Os créditos da foto são do Globoesporte.com. (roubei de lá!)